Esta foto é cortesia de Jack Villarpando, que foi o instrutor que me deu a oportunidade de fazer o meu primeiro vôo solo.
Quando decolámos do Aeroporto Internacional de Salvador naquele dia de Março de 2012, eu mal podia imaginar que iria fazer o meu primeiro solo. Até porque tinha tido instrução uns dias antes e as coisas, apesar de não terem corrido mal, não foram necessariamente perfeitas.
No primeiro pouso em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, Jack voltou-se para mim e disse para eu parar o avião. “Tudo bem, Comandante”, pensei eu. Abriu a porta e completou: “Agora vai lá e voe sozinho. Estarei aqui esperando por você.”
Solidão total no cockpit. Lugar do instrutor vazio, e um misto de ansiedade mas também de coragem a crescer no peito.
O check de decolagem foi mais demorado que o habitual. Tudo tinha de estar correto. Briefing de decolagem em voz alta, o que ajudou a diminuir a tensão:
“Vamos fazer uma decolagem normal, com todos os instrumentos no arco verde e mínimo de 2300 RPM. Vamos aliviar com 55 Kts, rodar com 65 Kts e subir com 85 Kts.
Em caso de pane, obstáculo sobre a pista ou perda do eixo direccional, antes da VR, abortamos a decolagem. Após a VR com pista pela frente, pousamos em frente. Sem pista pela frente pousamos em frente ou para os lados, fazendo curva máxima de 45º. Após a altitude retorno avaliamos a possibilidade de regressar à pista.
Em caso de emergência, os comandos estarão com…”. Estarão com quem, meu irmão? Só tinha eu no cockpit… 🙂
A corrida de decolagem correu bem, a decolagem propriamente dita também. Caramba! Agora estava lá em cima! A parte fácil já está. Ah! e a fonia? OK. Feito. Check pós decolagem efetuado.
Agora falta pousar.
Través do ponto de toque na perna do vento. Check de pouso. Referências visuais habituais: o coqueiro, Uma torre grande que se vê do avião.
Girar perna base. Fonia.
Girar Final com 300 pés. Tudo certinho. Taxa de descida de 500 ppm. Faltam cerca de 40 segundos para o toque.
E finalmente terminou o meu primeiro vôo solo. Que conquista!
Obrigado Jack!